Professor: Eng.º César Brito (PSD)
Secretário: Diogo Bessa, 18 anos, Aldeia de São João da Cruz
Começaram as aulas do AAAcampáki. Foi pelas 10:00h da manhã de 4 de Agosto de 2009. O tema abordado foi “A Política com Paixão”. Para nos falar sobre o assunto, disponibilizou-se o político César Augusto Lima Mendes Vaz de Brito.
O Eng.º César Brito começou por nos contar como nasceu o seu interesse pela política, referindo que este se iniciou na Década de 80 nas eleições para as Associações de Estudantes, uma vez que estas se viviam de maneira entusiástica, já que a Democracia em Portugal era uma realidade recente, sendo estas eleições patrocinadas por vários “Jotas” como JSD, JCP e JS. Referiu ainda que, aos 18 anos, movido por esta paixão de fazer política, leu aquele que por muitos é considerado o maior filósofo de sempre, Karl Marx, para descobrir em qual ideologia política se “encaixava”.
Apesar de já ter uma grande carreira política, o Eng.º César Brito ainda se considera um “Jovem Político”. (E que até há pouco tempo estava no estaleiro!) Contou-nos que foi membro da JSD de Viana do Castelo, membro da Assembleia Municipal durante 13 anos, Vereador da Câmara Municipal, e que faz parte do Instituto de Formação Política da Distrital do PSD de Viana do Castelo e é também Membro do Conselho Nacional do Partido.
Após ter feito uma pequena resenha da sua vida, aconselhou todos os jovens que se interessam pela política a lerem “Política para um Jovem”, de Fernando Savater.
Iniciado o “debate político” para se abordarem alguns assuntos da política nacional, confrontado com uma questão acerca do Bloco Central e ainda sobre a Oposição, o Eng.º César Brito referiu que a ideia do Bloco Central, nos dias que correm, não é uma opção viável e ainda que a Oposição em Portugal está aquém das expectativas, afirmando ainda que o BE representa a típica oposição, que é bom ter partidos assim na oposição, mas quando chega a altura de governar “abandonam o barco”. Questionado sobre se considerava a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, a figura ideal para governar o país, referiu que tinha sido mandatário da Candidatura de Pedro Passos Coelho, no distrito de Viana do Castelo para as eleições da escolha do líder do Partido.
Referiu ainda que a vida política ocupa muito do tempo de uma pessoa activa nesta actividade, exemplificando com o seu caso citou a sua esposa: “Como a política nos uniu, não quero que seja ela a separar-nos”.
Quando confrontado com a menor participação dos jovens na vida política que tem vindo a aumentar, o Eng.º César Brito admitiu que a vida política partidária é cada vez menos apelativa para os jovens, uma vez que estes se movem por causas e a falta destas provoca o aumento deste desinteresse, referindo ainda que a solução para este problema é a credibilidade, que também tem vindo a diminuir na democracia actual. Fez, depois, o elogio da credibilidade fazendo notar que a sociedade precisa de eleitos que a representem, e que estes tenham um substrato profissional e ético que sustente a sua participação cívica e política. «Nenhum país precisa de políticos profissionais, não são esses os desejáveis», afirmou.
Finalmente, o diálogo chegou a um dos temas mais controversos em Portugal, a EDUCAÇÃO, que, para o Eng.º César Brito, apesar do papel importante que detém na consciência política e cívica da sociedade, está cada vez mais degradada e que ficou muito aquém no programa eleitoral do Partido Socialista. Na sua opinião, não é apenas através da tecnologia que se conseguirá melhorar, mas com ajuda dos professores, uma classe que cada vez mais está de costas voltadas para este Governo e, em especial, para a Ministra da Educação.
Outro dos temas abordados foi o défice de pensamento e criatividade com o qual nos deparamos actualmente nos políticos/partidos. O Eng.º César Brito destacou que, paradoxalmente, este défice é a porta de entrada de cada vez mais jovens deputados no Parlamento. São muitos os jovens sem experiência, sem contributo social e sem história, que pululam pelo mundo politiquês, sem uma vida de serviço à causa pública, esperando a sua vez para aceder aos holofotes. E frisou ainda o outro lado: que muitos dos actuais actores políticos de maior criatividade e credibilidade são evitantes, refugiando-se nos seus gabinetes e fecham-se para actividade cívica.
Como não podia deixar de ser, chegou-se ao tema das relações entre a IGREJA E O ESTADO. O político convidado referiu que defendia um Estado Laico, mas admitiu que a Igreja tem um papel fundamental na sociedade actual, uma vez que ajuda aqueles que mais necessitam, ao contrário da maioria das Organizações/Pessoas que cada vez mais são pouco solidários e cada vez mais materialistas, esquecendo tudo que é racional e espiritual. Aproveitou ainda para dizer que a Igreja juntamente com a Bombeiros Voluntários são as organizações mais Marxistas que conhece.
Concluído o “Debate Político”, aproveitou para nos aconselhar um grande amigo seu, Luís Braga, coordenador da Amnistia Internacional em Viana do Castelo para uma futura Conferência. Deixou ainda um conselho para todos os jovens presentes: tudo na vida tem de ser feito com PAIXÃO, mas também com RACIONALIDADE e obediência à consciência própria.