in Além-Mar
Para ouvir algumas das faixas do CD: aqui.
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João [Jo 20, 19-23]
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo:«A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:«Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados;e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
O perfume
Plenitude de vida e alegria são sinais de presença do Espírito de Deus. Mas o Espírito é também o bom perfume da vida. Este é também um dos símbolos do crisma, com que se consagram as pessoas e as coisas: óleo misturado com perfume. A arte dos perfumes (Ex 30) é uma das estimadas do Antigo Testamento. O perfume é um pouco como o vento: não se vê mas sente-se. Não se toca mas é algo que penetra em nós e suscita emoções e sentimentos.
É significativo que hoje a publicidade aos perfumes seja tão sofisticada. Há uma crença em que através de um perfume se pode atrair uma pessoa. Claro que podemos criticar todo esse mundo de enganos e seduções. Mas por trás desses desejos não estará o desejo profundo de relação, de vencer a solidão, de criar uma comunhão?
E precisamente o Espírito Santo é como o perfume que invade e penetra todas as coisas, sem se deixar ver. Alguém passa ao teu lado e, sem te tocar, atinge-te com o seu perfume. Assim é o Espírito. Ele é o perfume de Deus que sem se impor nos atrai com a força do amor.
O Espírito Santo é como o perfume que permite ir para além do visível e do palpável. É o aroma que nos estimula a viver em alegria e em festa. Essa sensação de festa nasce ao percebermos que está aqui algo mais, algo diferente, em relação ao quotidiano. O Espírito é como um perfume que nos seduz e convida a descobrir que a fadiga e a dificuldade do dia-a-dia são um caminho para o repouso e para a festa.
Na parábola do filho pródigo há um versículo importante: E começaram a fazer festa (Lc 15, 24). A casa do Pai, de Deus, é uma casa em festa. E a Igreja, tal como o coração de cada cristão que acolheu a força e a beleza do Espírito Santo, deveria ser sempre uma casa em festa. Um lugar onde se sente, espalhado pelo ar, um perfume, um aroma, um ar de festa.
Esse perfume que está no ar cura-nos do medo, purifica-nos do pecado, dissolve os corações de pedra, liberta-nos das violências sofridas.
A evangelização não deveria ser outra coisa senão atrair as pessoas para uma comunhão com Deus que se torna fonte de festa, de alegria. O Evangelho é uma boa notícia por isso mesmo: pela sua capacidade de mudar a atmosfera. De um ambiente triste e fechado a um ar de festa e exultação.
Mas para que isto se torne realidade é necessário que cada cristão assuma as qualidades do perfume: espalhar-se como o Espírito Santo que não se vê mas que se sente.
O vinho
Os símbolos do Espírito que vimos até agora (vento, água, fogo) são elementos naturais. Mas a Bíblia e a Tradição viva da Igreja usam como símbolos outras realidades criadas pelo homem.
O Espírito é como um bom vinho; é algo que tem que ver com o sabor. O Espírito dá sabor e sentido à vida. Permite ao homem saborear a sua existência. O vinho é alimento que encoraja o coração (Salmo 102); consola nos momentos em que a vida perde sentido e sabor.
Há uma embriaguez que é sinal de loucura e de descontrole. Mas há uma suave embriaguez do Espírito que indica o triunfo da vida contra todas as formas de morte e de mal.
O Espírito é como o vinho, aquele vinho que nunca faltou nas bodas de Cana porque Jesus o tornou sempre melhor e mais abundante (Jo 2). Quando Jesus quis deixar no mundo um sinal da sua presença e do seu amor, além do pão, usou o vinho. Não quis usar apenas um alimento para a subsistência; quis também o vinho para viver na alegria. O Espírito não é só como o pão mas é como o vinho. É o que assegura na vida do homem a plenitude e a alegria.
Às vezes, esta dimensão de alegria contagiante da vida cristã fica um bocado esquecida. Se calhar gastamos demasiado tempo a ensinar na catequese a “portarmo-nos bem” e esquecemos que a vida no Espírito é alegria e entusiasmo. Quem nos vê deveria perceber imediatamente que a nossa vida, a vida no Espírito, é uma vida saborosa. O que, aliás, é o convite da Palavra de Deus: “Saboreai e vede como o Senhor é bom!” (Salmo 33)
A água
Tal como o símbolo anterior, também a água é um símbolo de vida. Sem água não há vida. E sem o Espírito Santo a vida torna-se árida, seca… e parece-se mais com a morte do que com uma vida digna.
A riqueza simbólica da água aparece em muitas culturas e religiões. Mas no cristianismo é reforçada de modo especial pela experiência do baptismo. É que a água, no baptismo, torna-se sinal eficaz que não só recorda a acção de Deus mas que a torna realmente presente e actuante.
Há uma característica da água que pode ilustrar muito bem o estilo de actuação do Espírito Santo: a água tende a correr para baixo. Tal como o Espírito Santo. A água vem do céu e cai sobre a terra, entranhando-se sempre. Quando pensamos no Espírito Santo pensamos em adjectivos como “espiritual”, com algo que tem que ver com o “alto” e não com o baixo. Mas o Espírito é como a água; gosta de descer, sempre mais e mais até encontrar a vida dos crentes.
Essa vontade de descer, de vir ao nosso encontro, nota-se muito bem na Incarnação: O Espírito Santo virá sobre ti… (Lc 1,34). É uma alegria descobrirmos que o nosso Deus gosta de descer ao nosso encontro e não tem medo de tocar a nossa pequenez. O Espírito é como a água: revela a humildade de Deus que vai sempre para baixo; que se dobra para nós e se compadece. E Maria bem o reconhece: pôs os olhos na humildade da usa serva (Lc 1,4).
Se o Espírito é como a água, se a água é a matéria do baptismo, então o cristão deve tornar-se como água à sua volta.
Aqueles que foram baptizados no Espírito Santo devem tornar-se como a ága e correr sempre para baixo. Trata-se de ser homens e mulheres que amam o “baixo”, que não têm medo de descer e ir ao encontro daquelas situações mais “baixas”, mais degradadas, mas desumanas. Ser amigos de Deus significa amar o que Deus ama e amar como Deus ama: aquilo que é pequeno é frágil.
E assim, os cristãos tornam-se continuadores do estilo de Deus. Levam a sua Presença, o seu amor, àqueles irmãos e irmãs que têm uma existência mais “baixa”, com mais dificuldades.
O Espírito veio do céu ao nosso coração, descendo como a água; na medida em que O acolhemos, tornamo-nos fontes de água e de vida nova para aqueles que vamos encontrando.
O vento
Um dos símbolos mais comuns do Espírito é o vento, o sopro de vida. Tanto se refere ao vento que sopra nos grandes espaços como à respiração das pessoas e dos animais. Espírito é o ar que nos faz viver. Sem este sopro de vida não se pode viver.
O Espírito Santo é como o vento: é uma realidade que envolve o mundo e o homem, umas vezes com suavidade outras com força. Não se sabe de onde vem. Sabe-se apenas que sem o vento as não nuvens não se moveriam, não haveria chuva e a terra morreria de sede, sem vida. É imprevisível e incontrolável. O que marca a nossa vida de fé. Não sabemos controlar o Espírito. É Ele que, como o vento, empurra as velas da barca da nossa vida. Não somos nós a ditar-lhe as nossas condições.
Este vento não se vê. Mas sente-se. O mesmo se passa com o Espírito Santo. Não O vemos mas sentimos os seus efeitos de bondade em nós.
O símbolo do sopro de vida recorda que toda a vida vem de Deus. Jesus, na cruz, morre “entregando o Espírito” (Jo 19,30). O Espírito que animava Jesus vai ser oferecido aos seus discípulos. E é de facto o Espírito que nos dá uma vida de qualidade. Uma vida apoiada n’Ele que é capaz de vencer todas as mortes que se atravessam à nossa frente.
Viver no Espírito Santo significa amar a vida que d’Ele nos vem e ser capaz de testemunhar com a própria vida a alegria que vem de um Deus que ama a vida.
Quem é? O que faz?
Apesar da nossa muita ignorância, a verdade é que o Espírito Santo está muito presente em toda a Bíblia. Desde o início, no livro do Génesis o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas (Gen 1,2) até à última oração do último livro (Apocalipse): O Espírito e a Esposa dizem: «Vem! (Ap 22,17).
Mas muitas referências ao Espírito de Deus são indirectas. Usam símbolos para mostrar a acção de Deus a acontecer na vida do seu povo. Mas para captar a riqueza comunicativa destes símbolos temos que conhecer e entender o seu significado.
Vinde, Espírito Santo.
Vós sois o Espírito da verdade.
Sois o prémio dos Santos,
o consolo das almas,
a luz nas trevas,
a riqueza dos pobres,
o tesouro dos que amam,
a abundância dos famintos,
o consolo dos peregrinos:
Enfim, Vós sois Aquele que contém em si todos os tesoiros.
Vinde, Vós que descestes ao seio de Maria.
Vinde, Vós que sois alimento de todo o pensamento casto,
a fonte de toda a bondade,
a plenitude de todo o bem.
Vinde, e transformai tudo o que em nós é obstáculo
para sermos plenamente transformados em Vós.
[Oração de S. Maria Madalena de Pazzi - In Música Calada em Oração]
http://www.carmelitas.pt/site/santos/santos_ver.php?cod_santo=27
Olá!
O mais certo é não nos conhecermos.
Não sei quem és, se rapaz ou rapariga.
Não sei a tua altura, a cor do teu cabelo
ou dos teus olhos. Mas pelos vistos antas por aqui.
E se andas pela Rede e caíste aqui,
fica sabendo que andamos a preparar coisas a pensar em ti.
(Sobretudo se tens entre 12 e 14 anos!)
O Acampáki é uma iniciativa muito feliz dos Jovens Carmelitas.
É muito querida por eles
e muito acarinhada por nós, Carmelitas, irmãos mais velhos.
A iniciativa é tão interessante
que há quem não durma o ano inteiro a pensar no assunto.
(Claro que há aqui um bocadinho de exagero,
mas só um bocadinho!)
Posso assegurar-te que há gente
que leva mais de um ano a pensar em ti.
Uns irás conhecê-los, outros não. Mas não tem mal.
Aqui, deste lado, está quem te queira bem
ainda que não nos conheçamos.
Foi por isso que pensamos no Acampáki Júnior,
porque tu mereces
e porque crescer na amizade é o melhor caminho
para conhecer Jesus. Conhecê-l’O e amá-l’O.
Não nos propomos outra coisa.
Nem sabemos muito mais.
Sabemos que somos amigos de Jesus,
que pretendemos ser amigos fortes de Jesus
e que a tua amizade nos pode ajudar
a sermos mais e melhor amigos de Jesus.
E que a nossa amizade te pode ajudar a ti
a crescer na amizade com Jesus.
Bem, não quero cansar-te e por isso
não vou escrever mais.
Vai aparecendo por aí para ver as coisas novas.
E se estiveres interessadointeressada
fala com os teus pais, com o teu pároco,
Com os teus catequistas.
Seria muito interessante que nos conhecêssemos.
O teu amigo,
Frei João. Carmelita!
Em tempo oportuno as coisas foram-se preparando, buscou-se o pão e a manteiga, quem escrutinasse o trajecto, não esquecesse as velas, do passa-palavra, das lanternas, carro de apoio, faixas, recordações, guiões, cartazes, slides para o blog e um sem número de coisas mais que sempre faltam…
A Vigília da Luz, preparatória da clarminhada, começou com um pontual atraso de trinta minutos. Presidiu o Pe Vasco Nuno, que nos foi convidando a reacender a luz da fé na Luz de Jesus.
Ao terminar a Vigília todos puderam dizer que acenderam a sua vela na Luz de Cristo, porque só Ele é a Luz; porque de noite ou de dia Ele é a Luz;
porque jamais alguém pode dar a Luz como Ele; porque Ele nunca falha; porque… A seguir à Vigília havia uma prova de chá.
Os bolos vieram de Viana e da Figueira da Foz, da Gafanha e de Rosém, de Oiã e Avessadas. O chá foi obra da mãe Orquídea. Enquanto o degustávamos havia juras de pés rijos e vontades inquebrantáveis.
Também havia muitos abraços: afinal já não nos víamos desde a Peregrifáti, no início do mês… E por fim, feitas as contas, depois duma fotografia de grupo junto à estátua de São João da Cruz, lá partimos os 69 clarminheiros [Vindos de Alhadas (Figueira da Foz); Aveiro; Avessadas (Marco de Canaveses); Braga; Caíde de Rei (Lousada); Coimbra; Esgueira (Aveiro); Gafanha da Encarnação (Ílhavo); Gafanha da Nazaré (Ílhavo); Moinhos da Gândara (Figueira da Foz); Rosém (Marco de Canaveses); Viana do Castelo]!
Começa a Missa. Preside o Frei João, concelebra o P. Vasco Nuno e todos nós. Há apenas oito cadeiras para os seniores e um chão confortável para todos. A Missa começa cantando que já se ouvem os nossos passos e depois pára: havia que ouvir aquele coro de passarinhos que ensaiara um belo concerto para nós. E ouvimos. Que belo! Que bom é Deus que nos dá caminhos e passarinhos, estrelas e santuários, frescura e verdura, pedrinhas, água fresca e chá, oração, guias (que belos guias!), amigos sem igual, carro de apoio (não conhecemos melhor nem damos o telemóvel dele, podem estar certos!), noite e luz, boa disposição, poder de convocatória e de resposta, pão e vinho, oração e louvor. Que bom e que belo é Deus! Na Missa tudo é surpresa. Tinham-me perguntado se seria uma Missa normal e respondi que sim, porque não havia anormais entre nós. Mas não o seria de todo, pois haveria de ser uma Missa ao contrário: ali todos nos conhecíamos, todos nos ajudáramos, todos estávamos sujos, suados e cansados, com vontade de rezar, pedir perdão e agradecer, ouvir, pedir, comer e partir. Duas coisas ficaram da curta — enfim, uma curta! — homilia do Presidente: 1) Nem todos sabem, se é que alguém saberia, por que tantos nos encontrávamos ali. Porque sofremos tanto, enfrentando a noite, o susto e o medo, o imprevisto e o desconforto. Sim, se nos pedissem para nos justificarmos não se sabe bem o que diríamos se algo disséssemos. É muito difícil dizer porque preferimos a odisseia dos caminhos à odisseia dos sofás! É muito difícil até justificarmo-nos a nós mesmos. No entanto, estávamos ali, sob o olhar atento do Pai. Sim, Ele tudo vê e tudo conhece com verdade e profundidade. Ele recolhe cada gota de suor, casa respingo de dor muscular, cada surpresa e medo que nos assalta, a generosidade e os anseios de superação, a vontade, o desejo, a graça, e depois, tudo nos devolve em valor acrescentado; 2) A nossa clarminhada foi concretizada na véspera da celebração litúrgica da Solenidade da Ascensão. Cumpríramos simbolicamente o mandamento do Senhor: Ide por todo o mundo. Que melhor maneira de celebrar a Ascensão: O Senhor deixa de caminhar entre nós, e manda que os seus amigos caminhem até ao fim do mundo! E ali estávamos nós, não no fim do mundo mas no fim da clarminhada, dizendo-Lhe com os pés doridos e o corpo suado que lhe oferecíamos tudo o que temos e somos para que no mundo se ouça a sua Voz, se conheça a sua Boa Nova, se anuncie a sua Salvação. Terminada a Missa, terminou a festa. Havia ainda uma bela lembrança, tão bela quanto simples: ainda ninguém materializara a Gotinha, o nosso símbolo, e hei-la ali, castanha, bem recortada e bordada. Parabéns pela ideia e pela oferta! Chegou por fim o tempo dos abraços e beijos rápidos, que não impediram o rápido e sereno fim de festa. Às sete horas e cinco minutos trinta e seis pés correm ágeis, como filhos de gazela, pela gare dos Caminhos de Ferro de Aveiro. Ninguém diria que não tinham dormido, que os corpos estavam doridos da clarminhada de 20 quilómetros e que tinham rezado a Missa, apesar do desconforto e das dores.
Por fim ouviu-se um priuuuuuuuuuuuuuuu! E lá foram. Às nove e meia choviam no telélé do escriba mensagens de bom regresso, mas ele dormia profundamente e a velas despregadas numa cela conventual à beira-ria plantada. O regresso a casa foi calmo. A missão estava cumprida. Levemente vai reborbulhando em mim um desejo: abandonamos as carminhadas e passamos a fazer só clarminhadas? Que dizem? Quem levanta a mão?
Eu levanto!
Al Berto (1948-1997)
Foto: Rarindra Prakarsa

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João [Jo 15, 9-17]
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:«Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».
Maria, és a única flor!Ao final de uma quinta-feira, último dia do mês de Abril, véspera do feriado do dia do trabalhador e de um apetecível fim-de-semana prolongado, era muita a azáfama e movimento em torno das grandes metrópoles do país com muita gente a querer sair do buliço das cidades dirigindo-se para locais mais pacatos e sossegados, aproveitando mais um dia de descanso que o calendário proporcionara. Porém, em alguns pontos do país, mais de duas dezenas de jovens ultimavam preparativos e partiam de suas casas, atravessando a mesma mundana confusão, tendo como destino a cidade de Coimbra, onde no dia seguinte, partiriam para uma longa carminhada até Fátima. Assim começou a III Peregrinação a Pé a Fátima do Carmo Jovem. Começou à porta de cada uma das nossas casas, pois a peregrinação de cada um começa dentro do seu próprio coração, no momento em que deixa o conforto e aconchego do lar e enfrenta o mundo.
Depois de algumas horas de viagem seja de comboio, metro ou automóvel, eis-nos, enfim, chegados à cidade dos estudantes que por aqueles dias vivia as suas festas académicas. Junto ao Carmelo de Coimbra, num local chamado Penedo da Saudade e sítio combinado para o ponto de encontro entre todos os peregrinos, esperavam-nos três irmãs do Carmelo Secular, entre as quais a Presidente Nacional, Maria Emília André, que amavelmente nos deram as boas vindas e logo de seguida nos guiaram até ao local onde iríamos passar aquela noite: a Casa do Noviciado das Irmãs Doroteias. À nossa espera tínhamos uma pequena ceia preparada por estas senhoras irmãs do Carmelo Secular e que foi sendo composta e recheada por mais algumas migalhas que trouxeramos de nossas casas; a saber, o bolo das Alhadas, trazido pelas irmãs Teresa e Carla Romeiro e o bolo de chocolate trazido pela Célia directamente de Moinhos da Gândara.
Em seguida e já numa sala anexa iniciou-se o acolhimento propriamente dito, no qual foi apresentada a própria peregrinação e cada participante individualmente. Era-mos mais de duas dezenas de peregrinos, alguns estreantes, outros já repetentes pela segunda e pela terceira vez, um grupo que à primeira vista bastante heterogéneo pelas diferentes faixas etárias representadas e pelas responsabilidades que lhe andam associadas, mas que posteriormente se viria a revelar bastante coeso e unido.
Foi um momento bastante divertido e ao mesmo tempo bastante interessante, onde podemos conhecer um pouco mais de cada um e desde logo pusemos em prática o que o Apóstolo nos pedira para os próximos dias: sermos e andarmos alegres!
A hora já ia adiantada quando nos deitamos com a certeza, porém, que poucas horas depois iniciaríamos, bem cedinho, no Carmelo de Santa. Teresa a III peregrinação a pé a Fátima do Carmo Jovem.