De regresso a casa após a peregrinação a Fátima perguntaram-me se encontrei aquilo que procurava. Respondi que não fui à procura de nada especial (até acabei por perder uns óculos), mas que encontrei muito mais do que poderia imaginar. Achava que o mais difícil da peregrinação era a decisão assumida de fazê-la e de facto assim foi.
Tudo o resto acabou por se tornar menos difícil porque outros haviam começado a peregrinação muito antes, preparando-a até ao mínimo pormenor, muitos davam o seu testemunho de força e alegria para não desistir, três abdicaram da caminhada para se poder dedicar totalmente ao apoio aos peregrinos, muitos outros aceitaram acolher-nos sem receber mais nada em troca (que não fosse a nossa oração em Fátima) e todos partilharam já do segredo da felicidade de Isabel da Trindade que é o de se esquecer, de se desocupar de si próprio. Mesmo sem óculos, vejo melhor que nunca que ser peregrino é decidir-se radicalmente por um ideal elevado, situado num alto para além de lógicas e de modas e, assumindo-o, caminhar sem medo de obstáculos e confiantes na Graça que do alto já se vislumbra e que no próximo se manifesta. Para mim foi uma Graça conhecer-vos!
PEDRO MARTINS
Trofa - 31 anos