Ontem, o padre espanhol Ildefonso Moriones reuniu-se em Coimbra com membros da Comissão Histórica, no Carmelo de Santa Teresa, a morada da Irmã Lúcia, em que esteve presente o bispo da Diocese, D. Albino Cleto.
«O processo tem duas fases, uma diocesana e outra romana. Estamos na fase diocesana. O trabalho desta comissão consiste em recuperar toda a documentação importante relativa à serva de Deus. A parte romana começa quando se entrega o processo, e não é muito longa» , que inclui o seu exame, por parte de teólogos, bispos, cardeais, e, depois, do Papa.
Ildefonso Moriones admitiu que o processo da Irmã Lúcia terá preferência, e que pode ser mais rápido do que outros.
De acordo com o postulador, neste caso «não se parte do zero», porque já há um trabalho feito sobre os pastorinhos e a aparição da virgem, e a vida dos últimos 50 anos de Lúcia é conhecida, a reclusão no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. Pode ser uma coisa muito mais rápida.
«A comissão histórica em menos de um ano pode terminar o seu trabalho, sobre os escritos e notícias históricas da Irmã Lúcia. Dentro de um ano o processo pode estar em Roma. A partir daí é uma questão de um pouco de paciência» , observou.
Com o dossier do trabalho da Comissão Histórica em Roma, seguem-se os processos das virtudes e dos milagres. Só concluído o processo dos milagres é que se procede à beatificação.
O padre adiantou que já existem várias notícias de graças e de milagres da irmã Lúcia, e havendo material que o justifique será aberto um processo para cada um deles.
«Antes de três ou quatro anos não se pode humanamente pensar na beatificação» , afirmou Ildefonso Moriones.
D. Albino Cleto, adiantou que a Comissão Histórica, que em menos de um ano terá concluído o seu trabalho, é composta por sete elementos, cinco deles ligados ao Santuário de Fátima, mas onde se incluem ainda representantes da Diocese de Coimbra e uma professora de História da Universidade de Coimbra.
A Irmã Lúcia (Lúcia de Jesus dos Santos), faleceu a 13 de Fevereiro de 2005, com 97 anos, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.
Lusa / SOL